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Jair Renan Bolsonaro é réu por lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e uso de documento falso
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De acordo com Ministério Público, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro e outras cinco pessoas fraudaram empréstimos bancários e criaram esquema para ocultar os recursos obtidos ilegalmente. A defesa de Jair Renan disse que ele foi 'vítima de um golpe'.
- Por Camilla Ribeiro
- 27/03/2024 21h25 - Atualizado há 8 meses
A Justiça do Distrito Federal após receber denúncia que foi apresentada pelo Ministério Público tornou réus Jair Renan Bolsonaro, filho do ex-presidente Bolsonaro, e outras cinco pessoas.
Os réus são acusadas de praticar os crimes de falsidade ideológica, uso de documento falso e lavagem de dinheiro. Essa decisão da 5ª Vara Criminal é de segunda-feira (25).
A partir do dia da intimação os réus terão 10 dias para apresentar sua defesa por escrito. A Justiça reconheceu que estão presentes na denúncia "os requisitos necessários para dar início à persecução penal em juízo".
Jair Renan, por meio de sua defesa, disse que ele foi "vítima de um golpe".
Essa ação penal é fruto de uma investigação da Polícia Civil do DF, que indiciou Jair Renan em fevereiro.
No cenário dessa investigação, Renan chegou a ser alvo de uma operação de busca e apreensão, em agosto do ano passado.
Denúncia apresentada pelo MP acusa o filho de Bolsonaro e outros réus, incluindo o seu ex-instrutor de tiros Maciel Alves de Carvalho, de forjar uma declaração de faturamento de uma empresa de Jair Renan, a RB Eventos e Mídia.
Essa declaração forjada teve como objetivo de dar lastro a empréstimos bancários que chegaram a R$ 291 mil, entre 2022 e 2023.
O valor devido ao banco não foi pago e o banco cobrou Jair Renan judicialmente. Em fevereiro deste ano, a Justiça determinou o pagamento da dívida, que estava em R$ 360 mil.
O grupo teria falsificado um documento que atestava falsamente que a empresa havia faturado R$ 4,6 milhões no período de um ano, configurando o crime de falsidade ideológica, segundo o Ministério Público.
Também de acordo com o MP, esse documento que apresentava dados falsos foi apresentado ao banco para a abertura de uma conta que foi usada posteriormente para a obtenção de três empréstimos, configurando o crime de uso de documento falso.
'Laranja'
De acordo com o MP "no período compreendido entre novembro de 2020 e julho de 2023", Jair Renan, Maciel Alves e outros acusados "ocultaram ou dissimularam a natureza, origem, movimentação ou propriedade de bens, direitos e valores de origem criminosa, proveniente, direta ou indiretamente, da prática de crimes de falsidade ideológica, estelionato e falsificação de documentos públicos e particulares".
Os réus criaram um "laranja", pessoa que não existe chamada Antônio Amâncio Alves Mandarrari, para ocultar valores que foram obtidos ilegalmente, incluindo os recursos provenientes dos supostos empréstimos fraudulentos.
"No segundo empréstimo fraudulento, realizado no dia 8 de março de 2023, no valor de R$ 250.669,65, ainda sob responsabilidade legal do denunciado Jair Renan, quase R$ 60 mil foram usados para pagamento de própria fatura de cartão de crédito da pessoa jurídica RB Eventos e Mídia [empresa de Jair Renan]. E, no dia 13 de abril de 2023, é realizado um crédito de R$ 18.700 para a empresa 'fantasma' Mandarrari Clínica de Estética", afirmou o MP.